Afreudite, blog da blague "La valeur du message gît dans sa différence avec le code" "L´équivoque est la seule arme dont on dispose contre le symptôme" Lacan

Monday, January 31, 2005

Contra as forças do bloqueio

afreudite
Afreudite : um blog contra o blogueio do pensamento

Soluço

afreudite
O soluço não é solução para... a dissolução.

Európio

afreudite

A Europa está-se a transformar no Európio de Cáfrica.

Rebulição russa

afreudite
Em Outubro de 1917, a Revolução russa entrou em ponto de rebulição.
Para não evaporarem, os rebulicionários tomaram, sensatamente, o Palácio de Inverno.

Sunday, January 30, 2005


O grito Edvard Munch Posted by Hello

Édipo Ediposo

afreudite

Uma psicanálise pós-edipiana

" A ideia de Jacques-Alain Miller é que o mal-estar na civilização tal como Freud o teorizou pouco tem a ver com o mal-estar actual. O desenvolvimento da técnica, produzido pela ciência, põe o sujeito moderno numa relação com o gozo que coloca num segundo plano a relação que tem com os ideais. Ele afirma , em tom de brincadeira, que os de mais de 50 anos constituiem a última geração existencialista, a geração que abordou o seu destino e o seu lugar no mundo num debate que se situa no âmbito dos ideais. Em contraste, o sujeito moderno confronta-se com uma "incitação" ao gozo que coloca em segundo plano, a questão dos ideais. Não se pode dizer que o sujeito padece de uma repressão das pulsões como acontecia no tempo de Freud (ou de Reich, acrescentaria eu). O mal-estar hoje vem de um imperativo de gozo ... (passou-se de uma proibição a uma quase obrigação de gozar, diria Slavoj Zizek ), e, isto, lembra-nos que para Lacan , o super-eu é um imperativo de gozo que , no fundo, o imperativo do super-eu é : goza! (Imperativo de gozo veiculado de forma sedutora através da publicidade cujo canto da sereia (conto do vigário) enuncia : Consome! Acrescentado por M.M.))
...
" Ante esta nova posição do sujeito face ao mal-estar civilizacional, a tentação de muitos analistas é predicar um retorno ao pai ... à linha edipica, ao retorno da lei e das velhas proibições. É uma posição compreensível mas sem futuro. O psicanalista não pode ir contra a marcha do seu tempo."

Retirado de uma entrevista a F. Leguil publicada em
Virtualia, Revista digital da Escola da Orientação Lacaniana
http://www.eol.org.ar/virtualia/


...

TRAUMATISMO

afreudite
Foi eleito o novo presidente da Ucrânia, Ievtuchenko. Ele apresenta o rosto desfigurado por algo que os especialistas atribuiem a um envenenamento pelo "agente laranja". Poder-se-ia entender isto como uma espécie de xiste químico, uma maneira de os adversários "brincarem" com as "cores" do partido do actual presidente que é como se sabe o laranja. Como se quisessem insinuar : Ah, vocês gostam de laranja, pois tomem lá laranja!!"

Afreudite suspeitando de um erro de diagnóstico, resolveu consultar o seu colega de Panteão, o deus da medicina dr. Esculapso que, após cuidada análise concluiu que todos os indícios apontavam não para envenenamente mas para sequelas de um traumatismo...ucraniano.

Afreudite pediu ao seu colega Hermes Trimegisto (3 vezes grande) que investigasse esta hipótese. Este feitos os estudos necessários descobriu que, de facto, Ievtuchenko foi vítima de uma agressão. Um adversário, a soldo do ex-partido comunista, idignado com a traição de Ievtuchenko (também ex-comunista) , ter-lhe-á desferido um golpe na nuca com o "rolo das massas" (operárias e camponesas). O sangue, vermelho (o que prova que, apesar de tudo Ievtuchenko, no fundo, mantém-se comunista), espalhou-se por toda a cabeça, alguns coágulos indo-se alojar na cara.

Saturday, January 29, 2005

E tudo a água levou !

afreudite
Decididamente, vivemos no reino da mercadoria onde o único valor que conta é o valor mercantil onde tudo, inclusive, a dor e a desgraça se revelam convertíveis em valor de troca.

Há algum tempo, os "media" fingiam indignar-se com o negócio que se fazia de videos com imagens da devastação causado pelo tsunami.

Mais recentemente, rumores referem que HollyWood (sintomático nome que mostra como o madeiro sagrado é arrastado pelas ruas da amargura) projecta tratar o tema do tsunami num filme para o qual já há um título inspirado num "clássico" : " E tudo a água levou".

Por outro lado,de acordo com outras fontes, revelando o mais despudorado oportunismo "Bollywood", a "Hollywood" da Índia, contando com financiamentos de magnatas do petróleo, ligados aos fundamentalistas, tem previsto a realização de um filme sob o infausto evento, cujo enredo pretende fazer crer que a devastação provocada pelo tsunami constituiu como que um castigo divino pela "promiscuidade" (turismo sexual) e colaboração dos povos da região com os infiéis ocidentais. Segundo consta, o título previsto para o filme é , significativamente : " E tudo a água lavou "

Ao que isto chegou !

Complexo de Gastração

Pub :
Semana da Chanfana em Boiares
Capital Cósmica da Chanfana (C.C.C.)

Toca a Orquestra Chanfónica Boiarense
sob a direcção do reputado maestro
Jamón "Chanfana" Suarez

Haverá algo que ele não dirija
(ou digira) em Boiares ?

Não é ele a boia mestra
do feudo de Boiares ?

GenItália ( Epifania ao jeito de Joyce)

afreudite

France e Grèce, duas amigas encontram-se. Entre elas estabelece-se o seguinte diálogo :

F - Sabes a última ?
G - ?
F - A Sicília está destroçada !
G - Então, porquê ?
F - ... A Itália deu-lhe com a bota (ou seja, com os pés)
G - Tch... Tem mau génio a Itália !
F - Não admira, é uma genItália !

Friday, January 28, 2005

Textília

Afreudite, dinâmica como sempre, criou a sua própria empresa : Textília.
Trata-se de uma empresa que se dedica ao fabrico não de sublimes texteis, como à primeira vista se poderia pensar, mas de vulgares textos. E, sobretudo de textos breves, concisos, ou seja, de textículos, que o tempo não dá para grandes leituras.
O mediático historiador José Hermanêutico Saraiva, sustentava numa das suas "charlas" televisivas que Trás-os-Montes, vá-se lá saber porcoê, preenche em Pornogal uma "função testicular". ( Fazendo uma leitura não"hermanêutica", pelo sentido, como é timbre do professor, mas a partir do Significante, (montes,montar, montes-trás-os, montes traseiros) chegamos a algo da ordem de uma atracção pelo "coitus a tergo", compreensível numa região rural, onde abunda a pastorícia e sabe-se que os pastores, afectados pelos longos períodos de solidão, ou se entregam ao misticismo (sobretudo no caso das mulheres, como aconteceu em Fátima), ou optam pelo "bestialismo" (que quando sublimado se transmuta no amor pelos animais).
Ora, Textília está para a blogosfera como Traz-os-Montes (de Vénus?) para Pornogal: Preenche uma função "texticular", isto é, dedicar-se à produção de texticulos em quantidade e , sobretudo, em cólidade.
Esta empresa compreende uma novidade : uma alfaiataria histórica especializada na confecção de factos por medida.
Como não podia deixar de ser, Textília, pensando nos menos abonados, tem um sector de "pronto-a-despir".
Outras nu-vidades serão anunciadas brevemente.
Dispa-se de preconceitos. Vista-se na Textília.


Thursday, January 27, 2005

Madonis

afreudite
A Madonna não será, antes MAdonis ?
Aceitando de barato que a histarica Madonna é histérica e que a histérica, de acordo com Freud e Lacan "fait l´homme" não parece estultícia (vejam no dicio) aventar a identidade estrutural (ora tomem!) entre Madonna e Madonis.

Wednesday, January 26, 2005

Atopia

blwitz

Afreudite re-xista e saúda o aparecimento de um novo blog, "Atopia" saído da pena inspirada do querido amigo e "confreud" Filipe Pereirinha. Um blog contra o blogueio do pensamento conforme.

2 novos produtos : Tóstia e Opius Dei

blwitz
Numa época em que os bens espirituais estão em baixa acentuada na bolsa de valores, os crentes afluiem cada vez menos aos locais de culto, tornando cada vez menos atractivo o "santo sacrifício da saída da missa".

No sentido de obviar a este estado de coisas, Afreudite sugere algumas medidas sensatas :

1. Para os que passam fome, e cujo estado os torna insensíveis à exortação bíblica "Nem só de pão vive o homem", aconselha-se a distribuição na hora da comunhão, em substituição da tradicional óstia, do nosso produto "Tóstia" que, como o nome indica, combina a espiritualidade da óstia com a substancialidade da Tosta. Tóstia, perdão, teste-a e verá, outra melhor não há!

2. Como forma de atrair as ovelhas tresmalhadas que trocaram o ópio da religião, pela religião do ópio (heroína) propomos o nosso produto : "Ópius Dei" uma óstia com um "xeirinho" de "pó" (vulgo heroína).

3. Para os homens que não são de ferro, aconselha-se o recurso a sacerdotisas-modelos (de virtudes) . Constata-se que o fervor religioso aumenta em flecha, entre os homens, mesmo os mais materialistas quando as sacerdotisas apelam à comunhão, com a fórmula consagrada : "Comei, este é o meu corpo !"

Para conhecer outros produtos, consulte o nosso catálogo.

Tsunami glacial

blwitz
Foi anunciada uma vaga de frio . Não será, antes uma manobra comercial para vender os restos de colecção de Inverno aproveitando a onda dos saldos ?

Tsun-ami

blwitz
Tsun-ami - Com amigos destes, uma pessoa não precisa de inimigos

Tuesday, January 25, 2005

Era do Homem Sem Qualidades

A Estatística é como o biquini , mostra tudo menos o essencial .

Afreudite recomenda a leitura :

- "O homem sem qualidades" . Robert Musil
- "L´ère de l´homme sans qualités" . Jacques-Alain Miller , " La Cause freudienne" nº 57


Vivemos na era do "Homo Statisticus"... Um tipo de homem introduzido pelo capitalismo e o discurso da ciência. No seu aparecimento desempenha um papel pioneiro , o belga Quételet. Astrónomo, aplicou os métodos da astronomia às ciências humanas nos inícios do século XIX. Esteve na origem da abordagem estatística do fenómeno social, abordagem subjacente à epidemiologia em saúde mental.
Quételet escreveu uma obra : " O Sistema Social" onde procurava fundar uma espécie de Física Social. Nela estabeleceu o princípio da epidemiologia em saúde mental : a teoria do homem médio.
Quetelet esteve na origem de um processo que fez surgir um tipo de homens (médios) que o escritor Robert Musil designou por " os homens sem qualidades", ou seja o homem quantitativo, uma espécie em vias de rápida expansão.
...
É nesta era que surge não casualmente, a psicanálise. É porque a emergência do homem sem qualidades se tornou insuportável que a psicanálise se dedicou à clínica, à arte do "um por um". Ela preocupa-se não com o um por um da enumeração, mas com a restituição do único na sua singularidade, no que tem de incomparável.
...
Há uma correlação entre a dominação crescente da estatística e esta arte singular que conheceu uma expansão universal nas sociedades que praticavam este cálculo dos grandes números."

Megalómano ?

blwitz
Há quem me ache megalómano
Não vejo por que razão
Quem me conhece do coração
Sabe que sou apenas miguelómano

Megalómano ?

blwitz

Monday, January 24, 2005

A César o que é de César...

Frases memoráveis da Xistória ( A História recalcada)

Costuma-se dizer e, com razão, que a História é escrita pelos vencedores...com sangue dos vencidos, acrescentaria Afreudite. A Xistória propõe-se reescrever a História do ponto de vista do vencido, do recalcado, dos "fracos de que não reza a História". Em suma, retomar a escória (eu diria a iscória) da História, tal como Freud ousou elevar a escória do discurso (lapsus, xiste,sonhos, etc) à dignidade de objectos científicos ( no sentido da Gaya Scientia).

- É sobejamente conhecida a célebre resposta dada por um tal Jesus que se fazia passar por Rex Judeorum, a um magistrado romano que testava a sua vassalagem a Roma :
- " Dar a César o que é de César, a Deus o que é de Deus "

Quando em 1871, no auge da rebelião conhecida por "Comuna de Paris", os revolucionários decidiram nacionalizar os bens da Igreja, o bispo de Paris dirigiu-se ao "Conselho Revolucionário" e depois de uma longa diatribe contra os abusos da revolução, terminou o seu discurso citando a frase bíblica.
- Dar a César o que é de César, a Deus o que é de Deus
Ouvindo imperturbável a fogosa retórica do exaltado clérigo, a "communarde" Louise Michel limitou-se a responder :
- De acordo. A César o que é de César, adeus o que é de Deus.





Sunday, January 23, 2005

E tudo a água levou

Decididamente, vivemos no reino da mercadoria onde o único valor que subsiste é o valor mercantil. Tudo é convertível em valor de troca inclusive, a dor e a desgraça.
Há algum tempo os "media" fingiam indignar-se com o negócio que se fazia de videos com imagens da devastação causada pelo tsunami.

Mais recentemente, rumores referem que uma empresa cinematográfica de Hollywood projecta realizar uma mega-produção tendo como tema a catástrofe provocada pelo tsunami a que pensam dar o título inspirado num filme de sucesso : " E tudo a água levou"...

Como se não bastasse esta profanação, uma firma árabe, ligada aos meios fundamentalistas, pensa investir os seus "petrodólares" num filme, versando os mesmos acontecimentos, cujo enredo pretende fazer crer que o tsunami constituiu como que um castigo divino pela "promiscuidade" e colaboração dos povos da região com os infiéis ocidentais. Segundo consta, o título previsto para o filme é significativamente : " E tudo a água lavou".

Ao que isto chegou

Cavalo de Tróia

A Academia Afreudite uma equipe de confreuds de História para revisitar a lenda do Cavalo de Tróia no sentido de apurar um eventual fundo de verdade.
Esta questão interessa tanto mais a augusta Academia quanto a deusa Afreudite, pelo menos indirectamente, tem alguma responsabilidade na guerra para o desfecho da qual desempenhou o cavalo uma papel decisivo.
Sem pretender ser exaustivo pode-se dizer que as origens últimas da contenda remonta a uma história de fruto proibido, tal como a desgraça que aflige a humanidade, de acordo com a Bíblia encontra as suas raízes na violação de um interdito envolvendo um fruto.
Resumindo, reza a lenda que para o baptizado do filho de uma deusa foram convidados todos os deuses excepto a deusa da discórdia, por razões que se compreendem. Sentindo-se ofendida , a "odiosa" (diosa odiosa) resolveu vingar-se. Passando pela festa, lançou para o meio dos convivas uma maçã de ouro (pomo d´oro) onde se podia ler : "Para a mais bela". Foi o suficiente para que se instalasse aquilo que se queria evitar. Três deusas, em particular, considerando-se as mais belas, disputavam entre si o cobiçado troféu, Hera, mulher de Zeus, Atena, deusa guerreira e Afreudite, deusa do amor e da beleza (1). Fez-se apelo a Zeus mas este este receando a fúria de Hera, caso não fosse ela a eleita, delegou a responsabilidade da escolha num simples mortal: Páris, filho de Príamo, rei de Tróia.
Procurando influenciar Páris, as deusas mostraram-se no seu esplendor e, talvez por não terem muita segurança na força dos seus "argumentos" não se cansaram de fazer promessas, Hera, um lugar no Olimpo (sujeito a confirmação), Atena, deusa guerreira, a glória nas batalhas e
Afreudite, a mulher mais bela .
Obrigado a decidir e sabendo que iria incorrer na ira das rejeitadas, Páris acabou por eleger Afreudite.
Satisfeita, a deusa do amor, apressou-se a cumprir a sua promessa, ajudando Páris a raptar Helena, sem dúvida, a criatura mais deslumbrante alguma vez vista à face da Terra. Mas como diz o ditado "não há bela sem senão" e o senão neste caso era que Helena era casada e, por sinal, com Menelau, o poderoso rei de Esparta (?). Decididos a vingar a afronta, os helenos coligaram-se, aparelharam uma impressionante armada e rumaram a Tróia, uma velha rival.
Os deuses que adoravam o espectáculo das guerras que dilaceravam os humanos começaram a tomar posição, Afreudite , claro, por Tróia, Atena e Hera, pelos valorosos gregos, começaram a fazer-se apostas, tal como fazem os humanos porque como diz Marguerite Yourcenar "se os gregos eram mais divinos era porque os deuse gregos eram mais humanos".
Dispenso-me de narrar em pormenor as peripécias muitas e variadas do prélio que durou cerca de uma década, a década de decadência de uma grande cidade (2).
Vou apenas referir os dados novos colhidos pela equipa de história da Academia Afreudite susceptiveis de lançar uma nova luz sobre o memorável evento.
Pesquisas aprofundadas e análises sofisticadas na base da mais moderna tecnologia permitiram detectar a presença, em vasos de cerâmica, de vestígios de um fungo, conhecido pelo nome científico de Amanita Muscaria, vulgo Amanita mata-moscas. Para quem não sabe, o amanita muscaria que ficou conhecido como "cogumelo sagrado" era uma espécie de "heroína" da época. Na obra " The sacred mushroom and the cross", (O cogumelo sagrado e a
cruz), o conhecido estudioso dos "manuscritos do Mar Morto", John Allegro pretende demonstrar, com base em evidências linguísticas que a religião da Cruz radicava, em última análise, numa religião da fertilidade girando em torno do consumo ritual do cogumelo sagrado (Amanita muscária), um culto ancestral que os povos indo-europeus teriam trazido das suas origens provávelmente siberianas (?) e espalhado por grande parte da Ásia, Próximo-Oriente, etc. Não vou procurar rebater a opinião dos que contestam estas teses na base de argumentos falaciosos e ainda menos, aqueles que pretendem que Allegro congeminou esta perspectiva sob o efeito de alucinogénios e , nomeadamente, do cogumelo sagrado.
Perante as evidências ( a descoberta de vestígios de Amanita Muscária em vasos datando da época da guerra prova indubitávelmente que o culto do cogumelo sagrado também estava aí em vigor. Pode-se presumir, extrapolando o que se passa hoje, que o consumo de Amanita Muscaria, a princípio reservado aos sacerdotes e, para fins rituais acabou por extravasar este âmbito e alastrar a uma franja cada vez mais significativa da população e, para fins profanos (digamos,recreativos).
Sabe-se (pense-se no Vietnam) que o consumo de estupefacientes aumenta em períodos de guerra. É provável que, no início do cerco, quando os stocks de Amanita abundavam, os muitos consumidores não só não se queixassem como se destacassem em batalha, sob o efeito do estupefaciente. Mas à medida que os stocks começaram a escassear é provável que o moral e o vigor combativo se ressentiram. O desespero começou a instalar-se e conflitos intestinos começaram a abalar a cidade pela posse dos últimos vestígios do cogumelo. De acordo com testemunhos fidedignos, os soldados, e mesmo os sacerdotes, es estado de privação batiam-se entre si, o próprio rei foi ouvido a proferir, enquanto batia com a cabeça nas paredes, uma célebre frase " O meu reino por cavalo" frase erróneamente atribuída mais tarde a outro monarca em apuros.
Ora, por cavalo, os troianos, entendiam, na linguagem de calão, o mesmo que entendiam os actuais toxicodependentes, ou seja, não própriamente heroína , mas o seu correspondente na época, a famosa Amanita Muscaria. Os gregos, que tinham espiões entre os seus inimigos, tomaram à letra a imploração real. Reunidos em conselho, o astucioso Tulisses apresentou o seu engenhoso plano : "Se os Troianos querem cavalo, nós vamos satisfazer-lhes o desejo".
O desfecho é conhecido ... e tudo fruto de um equívoco. Os troianos queriam "cavalo" (Amanita Muscaria) e os gregos, tomando o desejo ao pé da letra (como recomenda Lacan), ofereceram-lhes um cavalo... E como " a cavalo dado não se olha o dentre", os tróianos, agradecidos aos deuses que , de acordo com eles, teriam atendidos as suas preces, recolheram o cavalo de madeira, imaginando no seu desvario, que "dentre" os deuses amigos não se esqueceriam de o forrar com um carregamento vultuoso de "cavalo".

A história é tecida de equivocos. Como o xiste se constitui na base de equivocos, nós podemos dizer que a deusa Clio (deusa da História) não só é hystérica como propõe Lacan como é xistérica.

(1) Trindade a analisar no contexto da "ideologia trifuncional" dos indo-europeus

Saturday, January 22, 2005

A Tragédia de Santo Xisto

blwitz: January 2005
De acordo com os "odiários", uma tragédia assolou uma povoação com o curioso nome de São Xisto. Alguém, sob o império da loucura, empunhou uma arma e ceifou a vida aos poucos habitantes aí residentes.
Afreudite lamenta o sucedido mas, antecipando-se aos profetas da desgraça, que poderiam aproveitar-se do ensejo para clamar contra os perigos do xiste, contrapõe que o perigo não está no xiste, antes pelo contrário, mas numa "santificação" ou seja, numa "s´entificação" ou petrificação do mesmo. Lembro que o nome da povoação não era santo Xiste mas São Xisto. O topónimo traduz de uma forma inequívoca que se assistiu a uma "mineralização", uma "reificação" diriam os marxianos (os sobreviventes dos marcianos que invadiram a Terra) dessa figura etérea que é o xiste.

Numa próxima "postura urbi et orbe" Afreudite pensa debruçar-se sobre o fundador do freudo-marxismo, Wilhelm Reich, criador de alguns xistes fecundos, mas que, sob a influência da loucura, acabou por não resistir à tentação de os santificar, ou seja s´entificar.

Sex-libris

Alguns leitores têm-nos perguntado se Afreudite tem ex-libris. É com mágoa que respondemos negativamente a essa questão, mas em contrapartida temos o prazer de anunciar que Afreudite, a deusa do amor tem sex-libris, para dar e vender. Os interessados em posters com o seu sex-libris contactem a nossa sex-shop on-line.

Friday, January 21, 2005

Simiótico

Definição estrutural de homem

Simiótico - Símio semiótico

Foram propostas muitas definições de homem, umas mais felizes que outras. Desde "bípede sem penas", a "único animal que usa água benta", passando por rei da (má) criação, não houve nome que não lhe chamassem. O que afreudite propõe não é nem melhor nem pior mas tem a seu favor o mérito da concisão. E como entre 2 definições há que preferir a mais simples , económica (e esta é inteiramente graciosa ) afreudite espera modestamente que acabe por se impor .

Um homem bom é um homem morto

Os fascistas dizem "Um comunista bom é um comunista morto". Os comunistas devolvem o cumprimento, replicando : "Um fascista bom é um fascista morto".
Quando alguém morre, todos são unânimes, amigos e adversários, em tecer o seu panegírico. Um indivíduo pode ter sido o fulano mais execrável em vida, mas quando morre como que se transfigura.
Para além de sintoma de uma sobrevivência de superstições antigas segundo as quais os espíritos dos mortos podem eventualmente vingar-se dos seus detractores, é caso para concluir, melancólicamente, que a morte santifica, que "um homem bom é um homem morto".
Daí talvez o culto dos mártires (testemunhas) que não morreram de morte natural mas de "morte matada". A santidade que a morte confere ao mártir como que se comunica à doutrina pela qual ele deu a vida.

Confucionário

blwitz

Sabem o que é um "confucionário" ?
Elementar meu caro Watson. É um confessionário de um adepto do confucionismo.

Dois tipos de tipos

Há dois tipos de homens :

Os (parvos) que se armam... e os que se armam em parvos.




Thursday, January 20, 2005

Vade retro

Vade Retro...

Sócrates pretende derrotar os novos sofistas (Santana e Portas) recorrendo a uma velha arma. Aproveitando-se das suas ligações com a Igreja ele pretende contratar um exorcista para no dia das eleições , recitar a fórmula consagrada : "Vade retro, Santanaz !" . Está previsto também um esconjuro para o seu aliado : " Vade rectum Portas !"

Vade retro...

blwitz
Vade Retro
Segundo consta, Sócrates pretende derrotar o surfista (novo"sofista") Santana Lopes recorrendo ao exorcismo. Aproveitando as boas relações com a Igreja católica, ele contratou um sacerdote, especialista em afugentar o demo, para no dia das eleições entoar a célebre e eficaz fórmula : " Vade Retro, Santanaz! "

O Prozac é bué de ...prozaic (placebo)

O prosaísmo do ... Prozac

Graças à obra de Peter Kramer : " Listening to Prozac", este inibidor da recaptura da serotonina, (cujo deficit é encarado como origem da depressão) aparece como o paradigma de um novo tipo de psicomodificador que não se limita a actuar sobre o sintoma mas que propicia uma mudança ao nível da personalidade.
Segundo ele, o Prozac permite a passagem miraculosa dum estado de depressão a um de "Hipertimia" (não será de mania?), ainda por cima ajustado ao "american way of life".
Em 1998 um psicólogo, especialista em efeitos placebo, Irving Kirsch demonstrou com a ajuda da metodologia da metanálise que o efeito de certos antidepressores se distinguia muito mal de efeitos placebo. Ele intitulava o seu estudo de modo irónico : " Listening to Prozac but hearing placebo".

Isto recordou a "afreudite" um programa televisivo sobre a "nova moda" nos USA (e abUSA) : a prescrição de "testoterona". É um produto que também é suposto melhorar a "auto-estima" e a "assertividade" transformando o indivíduo no sentido dos ideais "predatórios" predominantes na "land of oportunity". Faz furor, sobretudo entre as mulheres que querem triunfar , pouco se importando com os efeitos secundários que não são despiciendos : a masculinização dos traços (aparecimento de pelos na cara, voz mais grave, etc), perturbações do humor, aumento da agressividade... Homens que se cuidem ...

Afreudite vaticina que à testosterona está reservado um papel

Wednesday, January 19, 2005

Os muitos nomes de Afreudite

blwitz
Afreudite, a deusa dos mil nomes. Blwitz é apenas um deles.

Tuesday, January 18, 2005

Tal mãe, tal filho

afreudite*, blog da blague
Os rumores, de acordo com Celso, atribuiam a paternidade de Jesus a um centurião romano. A ser assim, a atracção por magalas atribuída a Magdalena (mais apropriadamente designada por Magalena), seria uma forma de preservar a suposta santidade de Maria. *

Parafraseando a fórmula conhecida: "mãe santa, filho perverso" podemos propor a fórmula aplicável ao caso Jesus "mãe magalómana, filho megalómano"

*Reconhece-se nesta dicotomia mulher pura, mulher mãe digna de amor terno (Maria) / mulher prostituta, degradada (Madalena), alvo possível da pulsão, a dicotomia habitual (esposa,mãe/amante) na base da relação homem mulher, por Freud analisada.

Monday, January 17, 2005

A vida é uma passagem

Para Cristo, a vida é uma passagem.
Para Cláudia Schiffer, a vida é uma passagem de... modelos.

Luisíadas

afreudite*

Luís, quando escreves os Luisíadas?

Luís, quando fores à India, vaz de navio ou levas os Camiões ?

Pou-pança

Ao contrário do que se diz, os portugueses preocupam-se com a pou-pança.
O Tallon (leia-se Talhon) não se queixa. Nem a Banda Gástrica, novo grupo de rap.

Quercus

Affreudite

Freud interrogava-se sobre o que quer a mulher (Was will das Weib?)

Afreudite questiona : Afinal, o que quer a Quercus ?

Amigo da onça

Em 1111 nasce Afonso Henriques (filho de Henrique, de Heim Rich, senhor da casa, região). Depois de anti-edipianamente ter vencido a mamã na batalha de S. Mamede (nunca superou muito bem o complexo do desmame), o nosso primus rex, depois de muito espadeirar com Afonso VII de Leão e Castela viu ser-lhe reconhecida a realeza. Afonso, o primeiro da série, presta homenagem vassálica ao Papa, colocando-se sob a protecção de Roma em troca de um censo anual de 4 onças de ouro.
A partir daí o Papa que não se preocupava apenas com a sua salvação espiritual passou a ser conhecido como o "Amigo da onça".
A propósito, quantos quilos "espirituais" tem uma onça? Ou é segredo de Fátima ?


Obras de fachada Posted by Hello

Sunday, January 16, 2005

A norma é morna. Há que violar a norma

Afreudite

A norma é morna

Se tivesse que escolher uma frase que resuma de modo sintético o "espírito" de Afreudite essa frase bem poderia ser uma frase que aparece no seminário que Lacan dedica ás "Formações do Inconsciente" : O valor da mensagem reside na diferença relativamente ao código". Miller propõe uma ligeira variação: " O valor está na diferença. Esta pequena definição vai longe porque coloca o sentido precioso, o sentido que vale, ou que valeria, no desvio relativamente à norma. O sentido está na desviância... A desviância está no fundamento do sentido".

A mais-falia está na violação da norma ...Jean


José Augusto Seabra, professor de literatura, discipulo do estruturalista Roland Barthes, era, apesar de políticamente moderado, inconformista , defendendo posições pouco convencionais no que respeita à forma literária. Não raro ele deixava transparecer esta sua faceta , de forma apaixonada, nas aulas, proclamando por vezes, de forma enfática que era preciso violar a norma. Proclamações que despertavam o riso desabrido dos seus alunos que não desconheciam que o ilustre professor era casado com uma brasa brasileira de nome Norma Taska que, por sinal, era bastante atraente.


"Los burros nunca se aburren" última obra do dr. Lânan, galardoada com o prémio IgNobel  Posted by Hello


O dr. Lânan, autor de "Em defesa do estabulishment" posa para os seus muitos admiradores. Posted by Hello

Contra o Sistema

Afreudite

Também somos contra o sistema. A favor do xistema.

DESTAQUE : Tratado dos 3 Impostores

Pastor , impastor

Com a chancela da Vega surgiu o "Tratado dos 3 impostores, Moisés, Jesus e Maomé".

Como o espírito de Afreudite (deusa da graça) se inscreve na linha de "O espírito de Espinosa"(subtítulo do livro), bem como no "Espírito das Luzes", não podíamos deixar de destacar este livro, sobretudo numa época em que se assiste ao retorno do "espírito santo" sob a forma da "figura obscena e feroz" (Lacan) de fundamentalismos diversos.

Saturday, January 15, 2005

Mudar a série

Afreudite

"Mudar a sério" é o slogan do PC new look. A proposta de Afreudite não podia ser mais diferente: "Mudar a rir!".

Mudar a sério geralmente descamba em modar, ou seja numa modança cosmética.
Mudar a rir implica mudar a série, aquilo a que a xistanálise (vulgo psicanálise) chama repetição, pela elucidação do que a causa (Objecto causa, objecto "a").

O capitalismo tem como mola, a mais-valia (em francês plus-value), conceito introduzido por Marx (Mehr-Wert) e que inspirou o conceito de "objecto causa" introduzido na psicanálise por Lacan (que ele designa por "plus-de-jouir" e que se poderia traduzir, (traduttore, tradittore) por "mais-falia").

A mais-valia traduz-se em capital, em dinheiro, em ouro cujas equivalências simbólicas aos excrementos foram elucidadas há muito pela psicanálise. Reconhecer que a merda é "o que faz correr o tio Sam" não pode deixar de suscitar o riso, o riso homérico.
Nesta era de pós-capitalismo desencantado (em que ópio (heroína) está em vias de se tornar a religião do povo), um outro objecto causa assume o protagonismo, o objecto vox,(nomeadamente, através dos cantos de sereia da publicidade) a voz da "figura obscena e feroz do Super-eu" (Lacan) que impõe o imperativo do consumo (do gozo) : "Come, bebe,"chuta",trabalha,etc. até rebentar". Ter em conta, graças à psicanálise a incidência tanática destes objectos é algo de libertador e hilariante.
É neste sentido que deve ser entendido o provérbio segundo o qual "rir é o melhor remédio", e não da forma obscena e ridícula em que a entende a denominada "terapia do riso".

Wednesday, January 12, 2005

Psicanálise - Outra definição

Afreudite

Psicanálise - Redimir a desgraça do sintoma pela graça do xiste.

Psicanálise

Afreudite

Psicanálise - Análise ao raio xis...te

Tuesday, January 11, 2005

O retorno de J. Joyce

Afreudite

Joyce himself, inspirador de Afreudite, fiel ao seu propósito de ocupar os universitários até ao fim dos tempos, e não JP, como por lapso noticiámos, enviou-nos este poema .

acórnia impiadózen,

simtomem, declinamen, aftalbloomen,

amarx a-teu,apróchiste como a ti amenus,
ó-pia relesgião dápóbreza dopovo,
carietarte comárxio lourvo margnus
armata arralégiosso dopròbriovo.

galégião mórbydica polviu.
aracvídeo inchiste infansmente.
ri-amember litter-hans-fraufaz pi-piu,
arcoavalo-dardo anao se m-olha od´ente

asnus oz ri bílis ostra cismugo
joy-ice acidanómico, impiadosso flema
in-m-undo aprêtsunâmiroi lêdéluge
déditada beaurromeu mimotema.

De Graça

Afreudite

Afreudite

Afreudite, o único blog inteiramente de graça.

Montpernasse em Lisboa

Montpernasse em Lisboa

Quando Herr Hitler resolveu dilatar o "lebensraum", alguns milhares de judeus que não queriam ser transformados em sabão (Hitler vivia obcecado com a higiene racial, tinha um nariz (Nase) muito sensível, daí a sua adesão ao partido "Nasi",o partido do nariz), demandaram outras paragens, entre as quais este jardim à beira m´água plantado.
Pobres mas generosos, os lusitanos ofereceram-se para ajudar os refugiados por eles imaginados rotos e famélicos. Grande foi, por isso, o espanto e, mesmo a decepção quando viram chegar pessoas bem vestidas e bem tratadas, abastadas para os seus padrões.
Enquanto aguardavam pelo navio ou avião que os transportasse para o novo mundo, esses estranhos estrangeiros, passavam o tempo nos cafés e esplanadas do Rossio e do Chiado. Não só eles mas também elas, para escândalo da fauna nativa habituada à filosofia segregativa: "O mundo é a casa do homem, a casa, o mundo da mulher", em voga na época e que na Alemanha ariana, no que respeitava à mulher, assumia a forma dos 3 Ks : Kinder, Kirsche, Kuchen (?).
As mulheres não só frequentavam os cafés e esplanadas como bebiam, fumavam e ostentavam indumentárias ousadas que se escandalizavam as damas, deixavam de olhos arregalados e (regalados) os varões lusitanos.

Em homenagem a esta "invasão providencial" que veio trazer um pouco de animação à "apagada e vil tristeza" a que o clericato Salazar condenara os "pour-tout-gais" que não eram "pas-tout-gays" como a propaganda gostava de os apresentar extra-muros, o humor nacional resolveu rebaptizar as zonas "colonizadas" pelos turistas acidentais, como Montpernasse.

Se a Lusalândia, tivesse sido invadida pelos nossos irmãos brasileiros é , provável que o Rossio, em vez de Montpernasse, recebesse a designação, mais castiça, de Pernambuco.

Tuesday, January 04, 2005

Flor-de-lutos

Afreudite

afreudite, que é filha do mar ("afros" em grego significa espuma) não pode deixar de se comover com a devastação provocada pelo tsunami.
Em testemunho de solidariedade ela escreveu estas singelas quadras :

Depois de resgatada do mar das tormentas
A mãe a deu à luz num areal de bonança
Feliz o pai, em sinal de boa esperança
Com o nome de Tsunami a apresenta.

Afogados em m´águas mil
As gentes da flor-de-lótus
Ensinam-nos, de um modo subtil,
Que a vida é uma flor de lutos