Afreudite, blog da blague "La valeur du message gît dans sa différence avec le code" "L´équivoque est la seule arme dont on dispose contre le symptôme" Lacan

Sunday, May 28, 2006

Tanto pior para os fatos

afreudite*
Um dia , um aluno irreverente, ousou interpelar o mestre (Hegel):

- Mas, mestre, os factos não confirmam a sua teoria. !

- "Tanto pior para os fatos !". Redarguiu aquele que foi considerado por Lacan, "o mais sublime dos histéricos"

Sob o manto diáfano dos fatos fátuos , há que procurar a nudez forte da verdade ! (Eça de Queiroz)

Amor

afreudite*
Amor é dar o que não se tem a quem não o quer

Jacques Lacan

Saturday, May 27, 2006

Ironia

afreudite*
... " a função social da doença mental ... é a ironia. Quando se tem a prática do esquizofrénico, sabe-se a ironia que o arma , incidindo na raiz de toda a relação social.

Lacan , "Resposta a estudantes de filosofia" in Cahiers pour l´Analyse, nº 3

Insustentável leviandade do ser

afreudite*
O meu contributo à teoria da involução

Ao ver os magnificos elefantes
Com as suas orelhas a abanar
Penso que estas criaturas elegantes,
outrora, eram capazes de voar.

Tuesday, May 23, 2006

Um bom conselho

afreudite*
Otto Weininger , autor da obra "Sexo e Carácter", obra acusada de plágio pelo "analista" de Freud, Wilhelm Fliess, suicidou-se, na mesma casa em que morreu Beethoven, em Outubro de 1903, ou seja , escassos 6 meses após a publicação da sua obra. Deixou um lacónico bilhete que rezava : "Mato-me para não matar um outro". Ficou sem saber a quem se referia. Fliess considerou que ele se auto-puniu pelo seu crime de plágio.

Seja como for, esta declaração quebem poderia ser erigida em mandamento, (O 11º mandamento), não deixa de constituir um bom conselho, infelizmente pouco seguido.

Sunday, May 21, 2006

O chicote

afreudite*
Nietzsche aconselha algures : "Quando fores ter com a mulher, não esqueças o chicote".


As boas almas logo se insurgiram contra a misoginia do filósofo que chegou a ser discípulo de Schoppenhauer conhecido por não ter boa opinião das mulheres, a começar pela própria mãe.

Mas , como a psicanálise ensina, nem sempre o que parece é.

Para quem tiver dúvidas, leia o artigo "Camera Lucida" de José Martinho no nº 33 da revista Ornicar. Através da sugestiva análise de uma fotografia ele "radiografa" pertinentemente, o "ménage à trois" platónico que une F. Nietzsche, o seu discípulo Paul Rée e a mulher por quem ambos se sentem atraídos e que a ambos se recusa em nome do seu fantasma histérico, Lou-Andreas Salomé, a mulher mais desejada da Europa e que viria a tornar-se discípula de Freud.

Amante da fotografia, foi o autor de "Humano, demasiado Humano" quem teve a ideia da fotografia a três e que organizou todo o cenário, improvisando, a partir dos materiais disponiveis, algo que parece corresponder ao seu fantasma masoquista : na foto aparece ele e o seu amigo e rival Paul Rée, como duas bestas de tiro a puxar uma carroça, conduzida por Lou Andreas Salomé, que, de chicote na mão, não deixa dúvidas sobre quem manda.

Esta identificação ao "cavalo" chicoteado que aqui aparece numa dimensão de comédia, reveste uma outra dimensão, mais trágica, quando, antes da sua crise de 1889, em Turim, ele se lança a chorar ao pescoço de um cavalo que estava a ser barbaramente chicoteado por um cocheiro.

Face a estes esclarecimentos, a célebre frase de Nietzsche que suscitou tanta indignação, adquire uma significação completamente diferente. Uma significação que se torna patente, quando, ao enunciado brutal, não deixamos de acrescentar a enunciação omissa :

"Quando fores ter com a mulher , não esqueças o chicote (se quiseres gozar de acordo com o teu fantasma masoquista) .

Res Pública

afreudite*
Os políticos preocupam-se com a Res Pública

Os psicanalistas ocupam-se da Res Púbica .

Christina da Suécia

afreudite*
Renunciou ao trono porque recusava o casamento.

"Je ne veux pas qu´un homme use de moi comme un paysan use de son champ."

Um interessante caso de Histeria ?

Lacan diz que "l´hystérique fait l´homme".

À procriação ela preferia a criação e o saber.

"Elle voulait tout savoir" . A histérica prefere ao artista, o sábio (sobre o sexo).

Ela inscreve-se claramente, no que Lacan designa por discurso do histérico :
$ S1 No lugar de sujeito dividido ela convoca um mestre
- - (S1) - Descartes, para produzir um saber (S2) sobre
a S2 o que a divide, o objecto (a) , objecto que vem no
lugar do Significante do sexo feminino (em falta no inconsciente.

Foi demais para o pobre Descartes, fundador do discurso científico, mas ignorante em questões de desejo, ao contrário de Sócrates.

Obrigado pela sua real discípula a dirigir-se para o seu palácio para as aulas de filosofia, às 5 da manhã, contraiu uma pneumonia que o levou desta para melhor.

Não há inimigo mais temível que uma mulher (de armas).

Por isso alguém disse que geralmente escolhe a carreira das armas quem tem medo das mulheres.

Saturday, May 20, 2006

Bibilónia

afreudite*
Não é justo ! O Carlos é obrigado a carregar uma Cruz demasiado pesada apenas por ter clamado : " Deixai vir a mim as criancinhas !"
Razão têm os que dizem que se Jesus regressasse à terra seria encerrado num asilo de loucos... ou seria alvo de um processo de pedofilia.

Infinito

afreudite*
La bêtise humaine donne une idée de l´infini
Renan

Monday, May 15, 2006

Sado-masoquismo

afreudite*
Portugal continua a ser o país dos 3 Fs para consolo e alívio do presidente da Câmara de Ourém, cidade que está em riscos de perder a sua freguesia mais opulenta (e copulenta ?) a de Fátima, altar do nacional-masoquismo . Eis um caso de sucesso cuja dinâmica comprova o ditado segundo o qual "segredo (de Fátima) é a alma do negócio".

O nosso país de "brandies" costumes continua a ser o país de Fátima, do Futebol e do Fado... tudo isto bem regado com álcool , que apesar de não começar pela fatídica letra F nem por isso tem menos direito a uma faculdade, a que foi, justamente dado o nome de falcooldade, a faculdade mais cool da alma mater. A tradição ainda é o que nunca foi... Dado a antiguidade do Fado, não seria despropositado designar por "fado-masoquismo" a versão nacional do fenómeno universal do sado-masoquismo que na Arábia Felix (dos romanos) reveste a forma saudável do Saudi-Maomésoquismo.

Abençoado com estas características sadiamente masoquistas não é de espantar que sempre que alguém queira obter algo, em vez de se questionar sobre os passos a dar para conseguir o seu objectivo, apenas pense em fazer uma promessa geralmente de pendor masoquista , tão original como ir à Fátima a pé, (somos fetichistas do pé, o que não espanta, no país da doença dos "pézinhos"!), quando qualquer tratado de "hierótica" como o Kama Sutra, propõe outras bem mais cómodas.

Foi mais ou menos o que aconteceu com o treinador do Vitória de Setubal que, almejando bisar o triunfo na Taça de Pornugal resolveu prometer , não própriamente , ir à Fátima a pé , mas atravessar o Sado a nado.

Uma proposta original, sem dúvida, que foge um pouco ao padrão nacional, mas que nem por isso deixa de se enquadrar no modelo universal do "Sado-nadoquismo".

Saturday, May 13, 2006

Malabarismos

afreudite*
Dantes, quando eram oprimidos pelo Ocidente, os muslims divertiam-nos com os seus malabarismos. Agora, que os "libertámos", os muzzlims divertem-se, à nossa custa, com os seus malarabismos.

Trauma

afreudite*Um trauma é sempre subjectivo. O que é trauma para um não o é necessáriamente para outro. Encarando a guerra como o paradigma da situação potencialmente traumática constata-se que ela apenas é traumática para alguns e , não necessáriamente para os que estiveram mais expostos a situações de combate efectivo.
Miller propõe um princípio : "um trauma ocorre quando um facto entra em oposição com um dito, um dito essencial da vida do paciente, quando há contradição entre um facto e um dito."
Ele cita, como exemplo , o terramoto de Lisboa que na altura constituiu um abalo sísmico ao nível do pensamento europeu.
Voltaire não perdeu a ocasião para, com a sua ironia corrosiva, salientar a contradição entre o facto terrível da tragédia vivida por Lisboa e o dito de Leibniz , que decerto modo traduzia a visão cristã do universo, segundo o qual o mundo em que vivíamos era o melhor dos mundos possíveis".

Mais à frente, falando do caso de uma mulher romena traumatizada pelos atentados de Madrid ele comenta que o "trauma traduz um hiato , uma incompatibilidade entre um mundo regido por uma lei, a do pai todo amor e a emergência de um real sem lei " ( a do atentado) .

Se a "vida é sonho" (Calderón) , o trauma é o"pesadelo" que desperta para o real (sem lei). A cura, proposta pelas psicoterapias apenas visa um retorno ao sonho comum (à ideologia comum).

Thursday, May 11, 2006

Elogio do Ergasmo

afreudite*
A cura passa pela loucura.

Nos loucos anos 6o dizia-se que a febre da juventude mantinha a humanidade a uma temperatura normal.

Nesta "era do homem sem qualidades", do "homo statisticus" há que não esquecer que é a " insónia" dos "anormais" (de acordo com a estatística") que impede a letargia da humanidade.

Nobel Prize Complex

afreudite*
A vida é uma lotaria. Os media destacam os pouco (the happy few) que são premiados esquecendo os milhões que são espremi(a)dos.

Sunday, May 07, 2006

Glossolalia --Gozo da língua (Linguozo)

afreudite*
Os adolescentes subvertem a língua, procuram provocar o Outro, recorrendo ao calão, às palavras interditas, feias, grosseiras porque "não suportam a mortificação própria da língua comum" incapaz de nomear adequadamente o mal-estar que os atravessa.
...
"Se os adolescentes apreciam os surrealistas é, sem dúvida, porque estes tinham notado que as palavras têm um poder agressivo que faz explodir os simulacros (semblants)... "

... O uso que fazem da língua não releva do humor ou do xiste, o Witz freudiano, mas impõe-se como uma provocação linguistica que visa abater o Outro do saber. O Xiste não pede a cabeça do Outro, mas procura antes conquistá-lo para a sua causa. Trata-se, sublinha Jacques-Alain Miller, de produzir um desvio mas completado pelo seu reconhecimento pelo Outro ; não se trata apenas de abalar o Outro, mas também de obter o seu consentimento, a sua aquiescência. "

Extraído de "Trouver une langue" de Jean-Pierre Denis

Saturday, May 06, 2006

A união faz a força

afreudite*
Diz-se que a "união faz a força". O que nem sempre é verdade . Muitas vezes a "união faz a farsa".
Veja-se a "União Nescional" do dr. Salazar e a "Forza, Itália" do sr. Burlesconi. Sabe-se o que acontece quando se faz muita forza... Não é por acaso que a Itália está na merda.