Um homem bom é um homem morto
Os fascistas dizem "Um comunista bom é um comunista morto". Os comunistas devolvem o cumprimento, replicando : "Um fascista bom é um fascista morto".
Quando alguém morre, todos são unânimes, amigos e adversários, em tecer o seu panegírico. Um indivíduo pode ter sido o fulano mais execrável em vida, mas quando morre como que se transfigura.
Para além de sintoma de uma sobrevivência de superstições antigas segundo as quais os espíritos dos mortos podem eventualmente vingar-se dos seus detractores, é caso para concluir, melancólicamente, que a morte santifica, que "um homem bom é um homem morto".
Daí talvez o culto dos mártires (testemunhas) que não morreram de morte natural mas de "morte matada". A santidade que a morte confere ao mártir como que se comunica à doutrina pela qual ele deu a vida.
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