Montpernasse em Lisboa
Montpernasse em Lisboa
Quando Herr Hitler resolveu dilatar o "lebensraum", alguns milhares de judeus que não queriam ser transformados em sabão (Hitler vivia obcecado com a higiene racial, tinha um nariz (Nase) muito sensível, daí a sua adesão ao partido "Nasi",o partido do nariz), demandaram outras paragens, entre as quais este jardim à beira m´água plantado.
Pobres mas generosos, os lusitanos ofereceram-se para ajudar os refugiados por eles imaginados rotos e famélicos. Grande foi, por isso, o espanto e, mesmo a decepção quando viram chegar pessoas bem vestidas e bem tratadas, abastadas para os seus padrões.
Enquanto aguardavam pelo navio ou avião que os transportasse para o novo mundo, esses estranhos estrangeiros, passavam o tempo nos cafés e esplanadas do Rossio e do Chiado. Não só eles mas também elas, para escândalo da fauna nativa habituada à filosofia segregativa: "O mundo é a casa do homem, a casa, o mundo da mulher", em voga na época e que na Alemanha ariana, no que respeitava à mulher, assumia a forma dos 3 Ks : Kinder, Kirsche, Kuchen (?).
As mulheres não só frequentavam os cafés e esplanadas como bebiam, fumavam e ostentavam indumentárias ousadas que se escandalizavam as damas, deixavam de olhos arregalados e (regalados) os varões lusitanos.
Em homenagem a esta "invasão providencial" que veio trazer um pouco de animação à "apagada e vil tristeza" a que o clericato Salazar condenara os "pour-tout-gais" que não eram "pas-tout-gays" como a propaganda gostava de os apresentar extra-muros, o humor nacional resolveu rebaptizar as zonas "colonizadas" pelos turistas acidentais, como Montpernasse.
Se a Lusalândia, tivesse sido invadida pelos nossos irmãos brasileiros é , provável que o Rossio, em vez de Montpernasse, recebesse a designação, mais castiça, de Pernambuco.
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