Fruto proibido
afreudite*
O deus Quetzalcoatl (Serpente emplumada) incorreu na ira dos deuses ao resolver estender aos homens aquilo que até aí seria um privilégio dos deuses : o consumo do chocolate. Obrigado ao exílio ele prometeu regressar um dia, a partir do mar, e ostentando um semblante pálido. Em 1519 !
Nesse ano, umas estranhas criaturas, de rosto pálido, transportadas em enormes barcos, desembarcavam em terras de Moctezuma, senhor dos Aztecas. Acreditando estar perante o regresso de Quetzalcoatl, que, assim cumpria a sua promessa, Moctezuma, pretendendo aplacar o seu adversário, acabou por lhe entregar o seu império, quase sem resistência.
Na mitologia azteca, o chocolate toma o lugar da maçã, no mito biblico do Eden e do fogo , no mito de Prometeu. Este encontra um correspondente mais apropriado, no semita Lucifer, o deus que desafia o poder de Deus, e cujo nome quere dizer, à letra, o "portador da luz". A maçã era fruto da arvore da "ciência do bem e do mal". A religião sempre foi adepta das trevas. Ou melhor, a casta sacerdotal procurou reservar para si o privilégio do saber, sabendo que saber é poder.
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