afreudite*
O Carneiro-Sintoma
Fala-se muito em parceiro-sintoma, que na falta da fórmula da relação sexual, o verdadeiro parceiro do sujeito é o sintoma.
De acordo com Freud, se o sintoma causa sofrimento ao nível do consciente, suscita gozo ao nível inconsciente, um misto de dor e gozo que explica que a persistência do sintoma.
Ubi patias ibi gaudeas , (gozas onde sofres), digo eu no meu latim bárbaro.
Lacan define a modalidade do necessário, que compreende o sintoma, como o que "não cessa de se escrever", e a modalidade do impossível, onde inscreve a "relação sexual", como o o que "não cessa de não se escrever".
Durante algum tempo, após a morte de Sá Carneiro (morte previsível, já que os carneiros são animais terrenos. Se Deus quisesse que os carneiros voassem tê-los-iam dotado de asas), não se falou de outra coisa. Surgiu a teoria da conspiração, várias pessoas foram incriminadas...mas as investigações revelaram-se inconclusivas. Na minha opinião, isto aconteceu porque se ignorou o suspeito óbvio, o outro Carneiro, (o Soares...). Não se compreende esta omissão : O Soares Carneiro tinha o motivo : Não podia haver dois galos, perdão,dois carneiros na mesma capoeira, perdão, no mesmo redil.
Não se falou de outra coisa, o homem foi convertido em ídolo, houve um luto nacional... Foi transformado numa espécie de D. Sebastião, cujo regresso , numa matina de neboeiro continua a ser aguardado por muitos...E, só não foi canonizado pelo Baticano, porque este não lhe perdoou o viver em pecado mortal com a Snu Abacaxi.
Em suma, converteu-se , em sintoma nacional .
O que não deixa de ser apropriado, se se aceitar a definição de sintoma anteriormente proposta :
Sintoma, o que não cessna de se escrever.
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